I know that deanie loomis does not exist / but among other women that woman walks / and her evolution follows a line / that resists pure imagination

It is not by chance that I include on this list of films Splendor in the Grass. The film was never in Portugal, as it never was in any part of the world, a commercial or critical success; it was relentlessly mocked even by the admirers of Kazan (with rare exception). The film is from 1961 but I saw it in 1967 or so. The whole theater roared with laughter: “How can a film be so corny?” Also mocked was Natalie Wood who at that time was considered the worst actress in the world and every year received a Turkey, the “Oscar” for worst performance. And now we watch her, and she is marvelous. She was already, but it was we who did not see. But, for the young girl so new as I was in the agitated decade of the 1960s, the radiance that emanates from Deanie Loomis/Natalie Wood at the side and at the feet! of Bud Stamper/Warren Beatty, left me speechless for days on end.

The mysterious effect of cinema hit me like never before. An apparently simple story, a film where everything comes much more from the vision of Kazan than from another dimension, that of the story of two young people from Kansas. Fabulous performances by the actors; and the fabulous Barbara Loden, the sinner Ginny, sister of Bud.

Left behind is the “splendor in the grass.” Bud is left with Angelina of the pizzas and the capoeira, Deannie ends up by marrying the “boy from Cincinnati”… Tragedy that never ends in violent death, but in the death that every one of us carries within, of that which “remains behind.” – RA

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“Eu sei que deanie loomis não existe / mas entre as mais essa mulher caminha / e a sua evolução segue uma linha / que à imaginação pura resiste” – Ruy Belo, in "Homem de Palavra(s)"

Não é por acaso que trago a esta lista de filmes o Esplendor na relva. O filme não foi em Portugal, como não foi em nenhuma parte do mundo, um êxito de bilheteira ou da crítica; foi implacavelmente zurzido até pelos admiradores de Kazan (raras serão as excepções). O filme é de 1961, mas eu vi-o em 1967, por aí… a sala inteira ria à gargalhada. “Como é possível um flime tão piroso?” Fazia-se troça da Natalie Wood que nessa altura era considerada a pior actriz do mundo e todos os anos recebia o Turkey, o Óscar para a pior interpretação. E agora olhamos para ela e é maravilhosa. Já o era, nós é que não víamos. Mas, para a rapariga tão nova que eu era na agitada década de 60, a radiance que emanava de Deanie Loomis/Natalie Wood ao lado, e aos pés! de Bud Stamper/Warren Beatty, deixou-me sem fala dias a fio.

O efeito misterioso do cinema caiu em mim como nunca antes. Um argumento aparentemente simples, um filme onde tudo vem muito mais da visão de Kazan, que lhe dá outra dimensão, do que na história dos dois jovens do Kansas. Fabulosa interpretação de actores; e fabulosa Barbara Loden, a pecadora Ginny, irmã de Bud.

Para trás ficaria o splendor in the grass. Bud ficará com Angelina das pizzas e das capoeiras, Deannie acabará por casar com o “boy from Cincinnati”... Tragédia que não acaba em morte violenta, mas na morte que cada um de nós traz feita de tudo o que “remains behind.” – RA